quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

HAJA O QUE HOUVER

Na Romênia, um homem dizia ao seu filho:

- Haja o que houve, eu sempre estarei a seu lado!

Houve nesta época um terremoto de grande intensidade . Na hora do tremor o homem, que estava em um estrada correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu filho tinha ido para a escola. Correu para lá e a encontrou totalmente destruída. Não restava uma única parede em pé.

Tomado de uma enorme tristeza, ficou ali recordando o filho e sua promessa não cumprida: “Haja o que houver, eu estarei sempre a seu lado”. Seu coração estava apertado, e apenas conseguia ver a destruição.

Mentalmente, percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diariamente segurando a mão do filho, o portão, o corredor, as paredes, virava a direita e o via entrar. Mas agora estava tudo destruído. Resolveu então, fazer em cima dos escombros o mesmo trajeto: portão... portas... corredor... virou a direita... e parou em frente ao que deveria ser a porta da sala de aula em que o seu filho estudava. Nada! Apenas uma pilha de material destruído. Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a classe.

Olhava. Tudo destruído. Ficou desolado. Mas continuava a ouvir sua promessa: “Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado!” E ele não esteve na hora quando ele mais precisou...

Começou a cavar com as mãos. Enquanto fazia aquilo chegaram outros pais, que embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afasta-lo de lá dizendo:

- Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém.

Ele retrucava:

- Você vai me ajudar?

Mas ninguém ajudava e aos poucos todos e afastavam. Chegaram os policiais, que também tentaram retira-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém com vida.

A única coisa que o homem dizia para as pessoas que tentavam retira-lo de lá era:

- Você vai me ajudar?

Chegaram os bombeiros e foi a mesma coisa...

Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos. Cinco, dez, doze, vinte e duas, vinte e quatro, trinta horas. Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto. Até que ao afastar uma enorme pedra , sempre chamando pelo filho, ouviu:

- Pai... estou aqui!

Feliz, o homem fazia força para abrir um vão maior e perguntou:

- Tem mais alguém com você?

- Sim, dos 36 da classe, 14 estão comigo, estamos presos em um vão entre dois pilares. Estamos todos bem. Pai, eu falei a eles: vocês podem ficar sossegados, pois meu pai vai nos achar. Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora... haja o que houver, meu pai estará sempre ao meu lado!

- Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco, disse o pai.

- Não pai! Deixe os outros saírem primeiro... eu sei que haja o que houver... você estará me esperando!

E você? Como está a sua persistência? Em que você acredita?

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